Hackers norte-coreanos lideram roubos de criptomoedas em 2024, revela pesquisa
Pelo quinto ano consecutivo, o roubo de criptomoedas superou a marca de US$ 1 bilhão, o equivalente a R$ 6,1 bilhões pela cotação do dia, com hackers ligados ao governo da Coreia do Norte sendo responsáveis pela maioria das ações maliciosas em 2024. Os dados estão em um estudo divulgado pela Chainalysis nesta quinta-feira (19).
No total, os cibercriminosos roubaram US$ 2,2 bilhões (R$ 13,5 bilhões) em criptoativos este ano, um aumento de 21% em relação a 2023. Deste valor, os grupos norte-coreanos ficaram com US$ 1,34 bilhão (R$ 8,2 bilhões) ou 61% da quantia desviada, apresentando crescimento de 102,88% na comparação com o ano passado.
O relatório aponta que os hackers associados a Kim Jong-un estiveram por trás de 47 ataques cibernéticos a carteiras criptográficas nos últimos 12 meses. Em geral, essas campanhas contemplam o uso de malware avançado e técnicas de engenharia social para obter os criptoativos ilegalmente.
Autoridades internacionais acreditam que as criptomoedas roubadas são usadas para financiar o desenvolvimento de armas de destruição em massa e mísseis balísticos norte-coreanos. O país está cada vez mais envolvido em ataques de grande porte, com lucros entre US$ 50 milhões e US$ 100 milhões (de R$ 307 milhões a R$ 614 milhões).
Ataques diminuíram no segundo semestre
A maioria dos ataques com roubo de criptomoedas em 2024 ocorreu entre janeiro e julho, quando os autores já haviam obtido US$ 1,58 bilhão (R$ 9,7 bilhões). Dali em diante, os eventos se tornaram raros, o que pode ter relação com a aliança da Coreia do Norte com a Rússia em junho, segundo a empresa de análise de blockchain.
Depois da reunião entre os líderes dos dois países, que terminou com a assinatura de um pacto de defesa mútua, os ataques feitos pelos hackers da nação asiática reduziram 53,73%. Apesar disso, novas campanhas de grande porte estão sendo esperadas para os feriados de Natal e ano novo.
O relatório recomenda que as plataformas de finanças descentralizadas (DeFi) reforcem suas soluções de segurança cibernética. Elas têm sido o principal alvo dos cibercriminosos nos últimos três anos, o que se repetiu no primeiro trimestre de 2024.