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Vitória de Trump pode trazer dólares para o Brasil, diz Eurasia

Uma vitória de Donald Trump nas eleições americanas de novembro pode provocar impactos econômicos significativos em todo o mundo – e o Brasil está entre os potenciais beneficiários dessas mudanças.

A avaliação é de Jon Lieber, chefe de pesquisa e diretor para os EUA da Eurasia Group, uma das principais consultorias globais de risco. Convidado de um evento organizado pelo banco Itaú, em São Paulo, ele concedeu uma entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo sobre os possíveis cenários vigentes a partir de 2025.

 “A vitória de Kamala Harris seria a continuação do governo Biden. Mas as políticas de Trump teriam grandes efeitos na economia internacional, especialmente na inflação e no crescimento”, afirma Lieber.

De acordo com o pesquisador, Donald Trump é “ligeiramente favorito” para vencer o pleito do próximo mês. E, caso volte à presidência, retomará as políticas protecionistas que marcaram seu mandato anterior, como o aumento de barreiras comerciais e o endurecimento nas deportações de imigrantes ilegais (um “mix inflacionário”, segundo Lieber).

Essas medidas, diz o analista, podem resultar numa fuga de capitais dos Estados Unidos e levar as empresas americanas a investir em países emergentes, como o Brasil – principalmente por causa de seu grande mercado consumidor.

Questionado também sobre como a disputa comercial entre os EUA e a China pode afetar o Brasil, o diretor da Eurasia afirma que este é um “problema mundial que está aumentando”.

Ele explica que os americanos consomem mais do que produzem, portanto precisam importar produtos. Enquanto a China, ao contrário, produz mais do que consome, e por isso busca as exportações.

“Se os EUA colocam mais barreiras, então esse desbalanceamento terá que ir para outros lugares, como o Brasil e a União Europeia. Isso acontece globalmente, pois muitos países estão dizendo que não querem mais esses produtos. Então a China está ficando sem lugares para onde exportar”.

Lieber ainda observa que o Brasil também tem elevado suas barreiras comerciais – o que, de acordo com ele, representa um grande problema para os chineses.

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