Vítimas do Hamas processam agência da ONU
Mais de cem sobreviventes e familiares de vítimas dos ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro do ano passado ingressaram com uma ação judicial em Nova York nesta segunda-feira (24), na qual pedem US$ 1 bilhão de indenização à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA, na sigla em inglês).
Eles alegam que a UNRWA ajudou nos atentados em Israel nos quais cerca de 1,2 mil pessoas foram mortas e outras 250 foram feitas reféns.
Segundo informações do jornal Times of Israel, foram citados na ação, além da agência, sete ex ou atuais dirigentes, incluindo o comissário-geral Philippe Lazzarini.
Os litigantes alegam que a UNRWA permitiu que o Hamas utilizasse as suas instalações para armazenar armas, construir túneis e centros de comando subterrâneos e canalizou dinheiro para o grupo terrorista.
“O Hamas não cometeu estas atrocidades sem ajuda. Os réus foram avisados repetidamente de que as suas políticas prestavam assistência direta ao Hamas. Diante dessas advertências, os réus continuaram com essas mesmas políticas”, diz um trecho da ação.
Lazzarini e a UNRWA não se pronunciaram sobre a ação, alegando que ainda não foram notificados, mas o comissário-geral disse numa reunião da agência mais cedo que Israel busca inviabilizar sua operação, segundo informações da Reuters.
“Israel há muito critica o trabalho da agência. Mas agora procura acabar com as operações da UNRWA, rejeitando o status da agência como uma entidade das Nações Unidas apoiada por uma esmagadora maioria dos Estados-membros”, disse Lazzarini.
“Se não reagirmos, outras entidades da ONU e organizações internacionais serão as próximas, minando ainda mais o nosso sistema multilateral”, acrescentou.
No final de maio, a Autoridade Fundiária de Israel comunicou a UNRWA para que desocupasse as suas instalações no bairro de Ma’alot Dafna, em Jerusalém Oriental, dentro de 30 dias.
Além disso, o Knesset, Parlamento de Israel, analisa um projeto de lei para designar a agência da ONU como uma organização terrorista.