Stormy Daniels testemunha em julgamento de Trump
Stormy Daniels, ex-atriz pornô, foi a principal testemunha ouvida neste 13º dia do julgamento criminal do ex-presidente dos EUA Donald Trump (2017-2021) que está ocorrendo em um tribunal de Nova York.
Durante seu testemunho, que durou quase 4 horas, Daniels detalhou como teria sido sua alegada relação sexual com Trump em 2006 e falou sobre o suposto pagamento de U$ 130 mil que teria sido efetuado em troca de silêncio pelo ex-advogado de Trump, Michael Cohen, pouco antes das eleições de 2016.
A ex-atriz contou que conheceu Trump em um torneio de golfe em 2006 – ele tinha 59 anos, ela, 27 – e que o político republicano a descreveu como “inteligente” por ser, além de atriz pornô, diretora e roteirista. Após esse encontro, o guarda-costas de Trump teria pedido o número de telefone dela.
Nesse mesmo
dia, Daniels contou que foi ao quarto de hotel do empresário, que ela descreveu
como “sete vezes maior que seu apartamento” e disse que Trump a teria recebido
de pijama de cetim, o que surpreendeu a jovem, que lhe pediu para trocar de
roupa, o que Trump fez rapidamente.
Daniels disse que, apesar de não ter sido drogada ou ingerido álcool, não se lembrava de “como as coisas foram acabar assim”, mas confirmou que teria tido relações sexuais com Trump.
A ex-atriz afirmou que depois voltou a ver Trump em várias ocasiões e que, em uma delas, o ex-presidente teria tentado ter relações sexuais com ela novamente, mas nada aconteceu porque ela disse “estar menstruada”, e essa foi a última vez que eles se viram pessoalmente.
No entanto,
de acordo com ela, eles conversaram em várias ocasiões por telefone sobre a
possibilidade de ela aparecer no programa de TV de Trump, algo que nunca se
concretizou.
Trump ouviu
todas essas declarações olhando para a frente com uma expressão de
desaprovação.
Durante o julgamento, a defesa de Trump, questionou a credibilidade de Daniels, destacando que ela deve ao ex-presidente cerca de US$ 560 mil em honorários advocatícios por ter perdido um processo de difamação movido contra ele em 2018.
No tribunal, a equipe de defesa de Trump também solicitou que Daniels não entrasse em mais detalhes sobre os atos sexuais, pedido que foi aceito pelo juiz do caso, Juan Merchan.
Ao deixar o tribunal nesta terça, Trump criticou a acusação, chamando o caso de Nova York de “desastre” e afirmando que a promotoria “não possui evidências concretas contra ele”.
“Este foi um
dia muito importante, um dia muito revelador, como vocês veem, o caso deles
está totalmente desmoronando. Eles não têm nada nos livros e registros e mesmo
algo que não deveria ter muito a ver com o caso — é apenas um desastre para o
promotor”, disse Trump.
O julgamento, que é o primeiro do tipo contra um ex-presidente dos EUA,
continua a atrair atenção mundial. Trump enfrenta 34 acusações relacionadas a
falsificação de documentos para encobrir o suposto pagamento feito à Daniels. O
ex-presidente nega o relacionamento e já se declarou inocente.
Daniels deve retornar ao tribunal nesta quinta-feira (9) para dar continuidade ao seu testemunho. (Com Agência EFE)