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site gera preocupação e revolta no chavismo

Um site que está arrecadando recursos supostamente com o objetivo de financiar ações contra a ditadura de Nicolás Maduro na Venezuela está deixando o chavismo revoltado.

Na noite de quarta-feira (25), o ministro do Interior, Justiça e Paz da Venezuela, Diosdado Cabello, disse no seu programa de televisão que será desencadeada uma “operação tun tun” contra pessoas que doaram dinheiro para a plataforma Ya Casi Venezuela (“Quase lá, Venezuela”).

A “operação tun tun” é uma expressão chavista, criada na resposta aos protestos de 2017 para designar a repressão a críticos do regime.

“Vem aí uma operação tun tun para quem doou dinheiro ali. Um amigo meu, que é ministro, me disse que vem uma operação especial para localizar quem colaborou”, afirmou Cabello, segundo informações do site Efecto Cocuyo.

O ministro alegou, sem provas, que a líder da oposição, María Corina Machado, estaria ligada ao site.

Criado depois da fraude eleitoral de 28 de julho, o site Ya Casi Venezuela ficou durante alguns dias com a mensagem “O jogo acabou para o regime: desta vez é DIFERENTE. A Venezuela está quase lá”, junto de uma contagem regressiva que terminou no último dia 16.

Depois que esse prazo chegou ao fim, foi revelada uma campanha online de arrecadação de recursos para supostamente financiar a resistência ao chavismo. Até a noite desta quinta-feira (26), havia sido arrecadado quase US$ 1,3 milhão de uma meta de US$ 10 milhões.

A princípio, especulou-se que o empresário e ex-militar americano Erik Prince, fundador da empresa de segurança privada Blackwater, estaria por trás do Ya Casi Venezuela, já que ele compartilhou um vídeo do movimento na sua conta no X.

Entretanto, o site agora traz a seguinte mensagem: “Não representamos nenhuma figura externa, somos os mesmos venezuelanos que resistiram, suportaram e perseveraram”.

“Nosso movimento é a cristalização do desejo coletivo de liberdade, um grito que nasce do fundo do coração de cada cidadão que sonha com um futuro melhor”, acrescentaram os mantenedores do site, que não esclareceram que ações serão financiadas com o dinheiro arrecadado – apenas que as contribuições “serão direcionadas para ações estratégicas destinadas a restaurar instituições e representantes legitimamente eleitos, restaurar a justiça e garantir uma mudança transcendental para o nosso país”.

Antes da manifestação de Cabello, o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, havia anunciado a abertura de uma investigação sobre o site, alegando que os responsáveis estão cometendo “crimes” e que seus doadores são “cúmplices”. Já Maduro também manifestou preocupação com a plataforma.

“Diante dos relógios de contagem regressiva, temos que polir nossos fuzis, e nós os polimos”, afirmou num evento público, enquanto a identidade dos responsáveis pelo Ya Casi Venezuela segue um mistério.

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