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Relatório detalha desastre da Venezuela nos 11 anos de Maduro no poder

A ONG Programa Venezuelano de Educação-Ação em Direitos
Humanos (Provea) divulgou na terça-feira (30) seu relatório anual sobre a
situação de direitos humanos e econômica na Venezuela e também uma análise de 11
anos da gestão do ditador Nicolás Maduro, efetivado chefe de Estado e de governo
em março de 2013.

A Provea destacou que, em meio a um “panorama devastador de
inflação elevada, baixos rendimentos e fraca proteção social”, em apenas 16%
dos domicílios da Venezuela o consumo de alimentos é suficiente; 50,6% dedicam
quase toda a sua renda à alimentação; e 45,2% da população sofre de insegurança
alimentar.

A ONG também alertou sobre a escassez do acesso a serviços
básicos, já que 69% da população venezuelana sofre “severas restrições no
acesso à água potável”, 61,9% enfrenta graves falhas no fornecimento de energia
e 49,4% tem pouco acesso a serviços de transporte.

A respeito dos 11 anos da ditadura de Maduro, os números da
Provea ilustram o aprofundamento da repressão do chavismo desde que ele
substituiu Hugo Chávez, a princípio interinamente em 2012 e depois definitivamente,
em março do ano seguinte, com a morte do seu mentor.

Segundo a ONG, entre 2013 e 2023, ao todo 43.003 venezuelanos
foram vítimas de violações da integridade pessoal, incluindo 1.652 vítimas de
tortura e 7.309 de tratamento ou punição cruel, desumana e degradante.

Nesse período, pelo menos 10.085 pessoas foram mortas por agentes de segurança, e a maioria desses casos permanece sem investigação, apontou a Provea.

Essa opressão foi acompanhada por uma queda vertiginosa na
qualidade de vida na Venezuela. Entre 2015 e 2022, destacou o relatório, a
Venezuela caiu 39 posições na medição do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
realizada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

No final de 2022, a Venezuela ocupava o 119º lugar entre 193 países analisados, com um dos índices mais baixos da América Latina (0,699). A Provea também ressaltou que nos últimos anos o Produto Interno Bruto (PIB) do país sofreu uma retração de mais de 80%.

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