Projeto de lei visa obrigar Biden a enviar armas para Israel
Um grupo de deputados do Partido Republicano apresentou no
fim de semana um projeto de lei para obrigar o governo do presidente dos
Estados Unidos, Joe Biden, a enviar armas pesadas para Israel.
Na semana passada, Biden foi criticado pelo governo israelense, pela oposição republicana e até por membros do Partido Democrata por ter suspendido o envio de um carregamento de armas ofensivas para Israel, alegando preocupações com a ofensiva terrestre do parceiro em Rafah, cidade no sul da Faixa de Gaza.
Em entrevista à CNN, Biden alegou que bombas americanas mataram civis na guerra contra o grupo terrorista Hamas, iniciada em 7 de outubro, e disse que seguiria retendo o envio de armas ofensivas caso Israel realizasse a ofensiva em Rafah. Seriam enviadas apenas armas defensivas, como as usadas no Domo de Ferro, acrescentou o presidente.
Os israelenses iniciaram a operação em Rafah, mas, segundo
informações da imprensa internacional, de forma contida, justamente por receio
da reação dos Estados Unidos.
“A Câmara e o Senado agiram de acordo com a vontade do povo, fornecendo esmagadoramente a Israel [em referência a um pacote de ajuda militar aprovado no mês passado] o poder de fogo para enviar uma mensagem: os Estados Unidos e os nossos aliados não se intimidarão perante organizações terroristas como o Hamas”, justificaram os deputados republicanos, em mensagem divulgada na apresentação do projeto de lei.
“Espera-se que a administração [Biden] utilize a ajuda que
solicitou para equipar Israel com o que necessita para se defender, destruir o
Hamas e manter a paz na região. Quaisquer ações para reter recursos impedem a
nossa segurança nacional e global e enviam um sinal perigoso de que não se pode
contar com os EUA como parceiro”, acrescentaram os republicanos.
O projeto de lei, que deve ser votado na Câmara dos
Representantes ainda esta semana, obrigaria o governo federal americano a “entregar
rapidamente artigos e serviços de defesa aprovados a Israel” e reteria verbas do
Departamento de Defesa, do Departamento de Estado e do Conselho de Segurança
Nacional até a entrega dos armamentos que tiveram envio suspenso, entre outras
medidas.
A apresentação da proposta foi criticada pela Casa Branca. “Opomo-nos veementemente às tentativas de restringir a capacidade do presidente de fornecer uma assistência de segurança coerente com a política externa dos Estados Unidos e os objetivos de segurança nacional”, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, nesta segunda-feira (13).