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Perseguição de Ortega reduz número de padres em diocese

O ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, durante a cúpula da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba), em Caracas, em abril| Foto: EFE/Miguel Gutiérrez

A advogada e pesquisadora Martha Patricia Molina, que investiga a perseguição da ditadura de Daniel Ortega à Igreja Católica na Nicarágua, relatou que a Diocese de Matagalpa (norte), uma das maiores do país e que antes tinha 71 padres, hoje conta com apenas 13.

Os detalhes do relatório mais recente de Molina foram publicados pelo jornal Confidencial nesta sexta-feira (16).

Segundo a advogada, os 13 sacerdotes restantes têm que contar com a ajuda de nove religiosos de outras dioceses para atender “615.685 fiéis batizados, distribuídos por 6.804 quilômetros quadrados”.

Molina afirmou que religiosos têm receio de serem enviados para a Diocese de Matagalpa porque “podem ser detidos arbitrariamente simplesmente por virem a esta diocese para apoiar o trabalho pastoral, que neste momento tem sido extremamente afetado”.

Também há perseguição contra os leigos que atuam nas paróquias, afirmou. “Neste momento, os delegados da palavra estão proibidos de celebrar a palavra, porque como não há padre na área, são os leigos que estão assumindo certas funções, como celebrar a palavra ou visitar os enfermos para lhes dar comunhão”, disse a advogada.

Ortega intensificou a perseguição à Igreja Católica nos últimos anos devido ao apoio de religiosos aos manifestantes dos protestos por democracia de 2018. A opressão inclui fechamento de instituições cristãs, confisco de bens, prisões e expulsões de religiosos e cerceamento a atividades religiosas.

A ditadura congelou as contas da Igreja Católica na Nicarágua em maio de 2023, o que, segundo Molina, está colocando em risco as atividades das casas de formação sacerdotal – a tendência é que muitas fechem as portas, alertou.

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