Panamá rebate Trump e diz que canal pertence ao país
O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, rebateu o mandatário eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, e disse que o canal que leva o nome do país e sua zona adjacente pertencem aos panamenhos.
Mais cedo neste domingo (22), em postagens na rede Truth Social, Trump havia falado da intenção de retomar o controle do canal, que os Estados Unidos construíram no início do século XX e operaram sozinhos até 1977, quando na presidência de Jimmy Carter foram firmados acordos para a transferência gradual do controle para o Panamá.
O país centro-americano passou a ter controle total sobre o canal em 1999. “A soberania e a independência do nosso país não são negociáveis”, disse Mulino em uma declaração de vídeo no X, lembrando dos tratados de 1977.
“O Panamá respeita outras nações e exige respeito. Com o novo governo dos Estados Unidos, espero preservar e manter um relacionamento bom e respeitoso”, afirmou o presidente do Panamá.
“Questões de segurança como migração ilegal, tráfico de drogas e crime organizado devem ser uma prioridade em nossa agenda bilateral, pois são uma ameaça real que deve nos preocupar”, argumentou Mulino.
Nas mensagens na Truth Social, Trump havia escrito que as taxas que o Panamá cobra para utilização do canal são “exorbitantes”.
“As taxas cobradas pelo Panamá são ridículas, especialmente sabendo da generosidade extraordinária das concessões ao Panamá feitas pelos Estados Unidos”, escreveu Trump, que citou a China, segunda maior usuária do canal – atrás apenas dos americanos.
“Quando o presidente Jimmy Carter tolamente deu tudo de graça, por um dólar, durante seu mandato, era somente para o Panamá administrar, não a China ou qualquer outra pessoa”, acrescentou.