Número 2 do chavismo diz que González fugiu do “fascismo”
O primeiro vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (Psuv), Diosdado Cabello, também ministro das Relações Interiores, Justiça e Paz da ditadura de Nicolás Maduro, disse nesta segunda-feira (9) que o oposicionista Edmundo González deixou o país rumo à Espanha para fugir do “fascismo” e da “direita”, não do chavismo.
“Ele não disse nada a ninguém, porque fugia da direita, do fascismo, não do governo. Esse ato do senhor Edmundo González é um ato voluntário, no dia 29 de julho ele foi à embaixada da Holanda, seu plano nunca foi eleitoral”, disse Cabello, numa coletiva de imprensa do Psuv, segundo informações do site Efecto Cocuyo.
“A verdade é que o que González Urrutia fez, ele não contou a ninguém da oposição e os pegou de surpresa, porque se estava fugindo, era da direita, de María Corina [Machado, líder da oposição], do fascismo, não do governo”, alegou o ministro chavista.
“O cara saiu, primeiro, ele saiu porque sabe que não ganhou [a eleição presidencial]. [Além disso,] ele sabe que aquelas pessoas que o cercavam iriam lhe fazer mal”, alegou Cabello.
O ministro rebateu o governo da Espanha e alegou que houve negociação entre Caracas e Madri para que González fosse recebido no país europeu. A chancelaria espanhola negou que tenha havido conversas nesse sentido.
“Como chega aqui um avião da Força Aérea Espanhola? Foi conversado, trabalhado”, afirmou Cabello.
González deixou a Venezuela rumo ao asilo político na Espanha no fim de semana, após a Justiça chavista ter ordenado sua prisão por não ter comparecido para prestar depoimento numa investigação que apura responsabilidades por um site oposicionista em que foram disponibilizadas cópias das atas de votação da eleição presidencial de 28 de julho.
Tais documentos comprovam que González venceu o pleito, ao contrário do resultado oficial do chavista Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ratificado pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), também controlado pelo regime de Maduro, proclamado vencedor.
O procurador-geral da Venezuela, o chavista Tarek William Saab, disse nesta segunda-feira que o Ministério Público vai encerrar a investigação criminal contra González, evidenciando que o objetivo desde o início era forçar a saída dele do país.