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Kamala quer mudar atuação do Senado para codificar aborto

Kamala Harris, candidat democrata à presidência dos EUA, tem o aborto como principal pauta de campanha| Foto: EFE/EPA/MICHAEL REYNOLDS

A candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, Kamala Harris, mostrou mais uma vez nesta terça-feira (24) que o aborto é sua principal pauta de governo.

Desta vez, ela defendeu mudanças na atuação do Senado para aprovar uma legislação federal que libere o acesso em todo o país, “se isso for necessário”.

Harris tem sido inflexível quando o assunto é a assinatura de um projeto de lei que proteja o aborto na lei federal. Contudo, atualmente existe uma norma popularmente conhecida como “obstrução” no Senado que impede a aprovação de qualquer projeto nesse sentido sem o apoio de 60 votos, algo que se tornou um obstáculo quase impossível de superar para de democrata, devido à atual composição da câmara alta e a divisão partidária entre os eleitores na questão do aborto.

Com o empecilho, a candidata afirmou em uma entrevista à Wisconsin Public Radioque que, como presidente, pressionaria para eliminar a obstrução e conseguir a aprovação da legislação por maioria simples.

Ela acrescentou nas declarações: “51 votos seriam o que precisamos para realmente colocar de volta na lei as proteções para a liberdade reprodutiva e para a capacidade de cada pessoa e cada mulher de tomar decisões sobre seu próprio corpo e não ter seu governo dizendo a elas o que fazer”.

Depois que a Suprema Corte anulou a Roe vs. Wade, em 2022, por meio da decisão histórica Dobbs v. Jackson Women’s Health Organization, a gestão Biden-Harris tem pressionado pelo fim da obstrução no que se refere ao aborto.

Para isso, a atual vice-presidente dos Estados Unidos tenta responsabilizar o adversário republicano Donald Trump pela nomeação de três juízes conservadores da Suprema Corte que contribuíram com a decisão do tribunal superior que deu aos estados a autonomia de legislar sobre o tema.

Essa foi a primeira vez que Kamala Harris se posicionou sobre seu projeto de governo quanto ao aborto desde que se tornou candidata presidencial democrata.

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