Iraque cancela TV que chamou líderes do Hamas de terroristas
O Conselho de Comissários da Comissão Iraquiana de Mídia e Comunicações anunciou neste sábado (19) o cancelamento da licença de operação do canal de televisão MBC no Iraque, que, em uma reportagem transmitida nesta sexta-feira (18), chamou de terroristas os líderes do Hamas, mortos por Israel.
Em comunicado, reproduzido pela agência de notícias oficial iraquiana INA, a comissão ordenou que o órgão executivo da autoridade “cancele a licença de funcionamento concedida” ao canal. O órgão justificou sua decisão atribuindo ao canal uma “violação das normas de transmissão de mídia” por suas “repetidas transgressões e ataques aos mártires da resistência contra a entidade sionista ocupante”.
“Confirmamos a adoção de todas as medidas legais necessárias e a suspensão de sua atividade no Iraque”, anunciou a organização na nota, alegando que essa ação é motivada pelo “dever” que lhe foi confiado pela lei e pela legislação de “regular o setor de mídia, evitar abusos e deter os violadores dos valores nacionais e da moral pública”.
Essa posição é motivada pelo fato de que, ao contrário da maioria dos países árabes e da comunidade internacional, o Iraque não reconhece Israel como um Estado.
A decisão foi tomada depois que dezenas de pessoas invadiram a sede da estação de televisão iraquiana MBC, no bairro de Al Jamea, no oeste de Bagdá, na manhã deste sábado, por causa da transmissão da reportagem que consideraram “ofensiva” às “figuras da resistência”, referindo-se ao grupo terrorista Hamas, ao grupo terrorista libanês Hezbollah e à Resistência Islâmica do Iraque.
Intitulada “O mundo se livrou neste milênio de inúmeras personalidades terroristas que aterrorizaram o mundo e derramaram sangue”, a matéria inflamou dezenas de simpatizantes das organizações terroristas mencionadas – que fazem parte da aliança informal “Eixo da Resistência” liderada pelo regime islâmico do Irã.
O incidente ocorre dias após a eliminação de Yahya Sinwar, o principal líder terrorista do Hamas na Faixa de Gaza, por militares israelenses, aumentando a longa lista de líderes do Hamas e do Hezbollah que Israel eliminou desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023.
