Alice Weidel, candidata da AfD para o cargo de chanceler alemã
No último dia 16, o Parlamento da Alemanha votou para derrubar o governo do chanceler social-democrata Olaf Scholz, depois que sua coalizão com os Verdes e Liberais colapsou. Com isso, o país realizará eleições gerais antecipadas no dia 23 de fevereiro do próximo ano.
Um dos partidos mais conhecidos da direita alemã e que vem ganhando destaque nos últimos anos, o Alternativa para a Alemanha (AfD), já apresentou sua candidata ao cargo: a deputada Alice Weidel, líder partidária que se tornou a primeira representante do partido a concorrer à posição.
O AfD é conhecido por posições nacionalistas e mais duras em alguns temas, como a imigração. Além disso, um rascunho recente de seu manifesto eleitoral mostrou que algumas das propostas do partido envolvem também a saída da União Europeia (UE), o fim do uso do euro como moeda única e restrições ao aborto.
Fluente em mandarim, a administradora e economista de 45 anos é doutora em economia chinesa e é casada com uma imigrante do Sri Lanka, com quem tem dois filhos. Atualmente, ela é uma das lideranças da bancada da AfD na câmara baixa do Parlamento.
Antes de entrar para a política, Weidel trabalhou em prestigiadas empresas internacionais, como o grupo financeiro Goldman Sachs e a Allianz Global Investors.
A política alemã já citou algumas de suas prioridades para o país. Entre elas está a de colocar a economia nacional no caminho certo com a redução de impostos, o fim do salário mínimo e o enxugamento da máquina pública.
Weidel também já afirmou ser contra políticas relacionadas ao clima, prometendo acabar com planos para transição energética baseada em uma economia neutra em carbono. Além disso, já deixou clara sua posição de ser favorável à redução drástica de imigrantes no país, em meio à atual crise enfrentada pela Alemanha.
No início do mês, ela descreveu a imigração irregular para a Alemanha como “a fonte de todo o mal” e disse ser a favor do fechamento das fronteiras. Weidel já disse que defende a deportação de “ilegais, criminosos, estupradores e assassinos”, além da suspensão dos serviços de assistência social para estrangeiros que chegam no país.
Em relação a políticas de diversidade, a deputada alemã também já criticou a chamada “ideologia de gênero”, afirmando que o Estado precisa “parar de se intrometer” na vida das pessoas nesses assuntos.
“Queremos fazer a Alemanha progredir novamente. Queremos voltar a estar no topo em nível mundial”, disse a deputada no discurso em que confirmou sua nomeação para concorrer ao cargo de chanceler nas próximas eleições.
Segundo uma recente pesquisa de opinião do jornal Político, o AfD é o segundo partido político mais popular na Alemanha, com cerca de 19% de apoio, ficando atrás da aliança de conservadores CDU/CSU, que aparece com 32%. O partido social-democrata do atual chanceler, Olaf Scholz, aparece em terceiro lugar, com 17%.
A deputada de direita entrou para a legenda em 2013 e foi um dos nomes responsáveis pelo aumento de popularidade do AfD a partir de 2017, ano em que o partido se tornou a terceira maior força do Parlamento alemão.
Alguns analistas descrevem Alice Weidel como uma “voz mais moderada” dentro da legenda, enquanto outros destacam sua versatilidade dentro do partido.
A integrante da frente direitista é apresentada para o público como uma representante com um perfil mais liberal em comparação com outros membros do AfD. Com isso, ela conseguiu angariar mais apoio e tornar a frente mais popular para os eleitores alemães.
A deputada afirmou em declarações no passado que se inspira na ex-premiê britânica Margaret Thatcher em suas visões políticas.