TikTok não cumpre promessa de combater fake news sobre clima, diz pesquisa
O TikTok prometeu combater desinformação sobre condições climáticas em especial com a aproximação da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29). Um estudo da organização Global Witness, entretanto, mostrou que a plataforma não se esforçou o suficiente nesse projeto.
A entidade realizou um levantamento durante a última edição da COP29, realizada em novembro no Azerbaijão. O grupo avaliou comentários em postagens de notícias do evento publicadas no TikTok por veículos de imprensa britânicos, como BBC e Channel 4, buscando por interações que violassem as políticas da rede.
Segundo o relatório, foram encontrados vários comentários enganosos sobre mudanças climáticas “não existirem“, serem “um boato” ou “mentira produzida” por outras pessoas e “não serem provocadas ou um resultado da atividade humana“.
Mesmo após serem denunciados à plataforma sob o argumento de “desinformação danosa”, que inclui negacionismo climático, a imensa maioria deles permaneceu no ar — só uma postagem das 20 foi apagada, sendo que conteúdos muito parecidos permaneceram no ar.
Os comentários estariam em destaque em publicações com alta visibilidade e engajamento, o que só aumenta a importância de um sistema de moderação.
TikTok acumula polêmicas
De acordo com a Global Witness, o teste revela que o TikTok apresentou uma moderação falha durante a COP29 — algo preocupante em especial não só pelo tema relevante, mas porque a plataforma havia se prometido em agir. Para piorar a situação, a companhia cogita dispensar ao menos 125 funcionários no Reino Unido, incluindo parte da equipe de moderação.
Em resposta à pesquisa, a ByteDance afirmou que não permite desinformação climática e usa uma mistura de funcionários humanos e inteligência artificial (IA) para fazer a moderação. A empresa apagou os comentários denunciados após a publicação do estudo.
Recentemente, o TikTok passou a proibir o uso de filtros de beleza por menores de idade após várias críticas. A plataforma ainda encara processos pelo suposto uso irregular de dados de usuários e possíveis danos à saúde mental de jovens.
Além disso, a plataforma ainda corre o risco de ser proibida nos Estados Unidos. A Byte Dance ainda tenta recorrer judicialmente da lei já aprovada e próxima de entrar em vigor, mas o prazo para sair do país ou vender as operações da rede social acaba em 19 de janeiro de 2025.