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Sete novos cometas escuros são descobertos por pesquisadores da NASA

Cometas escuros, uma classe de objetos celestes reconhecida pelos astrônomos há menos de dois anos, se destaca por algumas características únicas. Logo após sua identificação, outros seis foram encontrados com as mesmas propriedades: aparência de asteroide, mas movimentação típica de um cometa.

Agora, em pesquisa recente publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), uma equipe internacional de cientistas anunciou a descoberta de mais sete cometas escuros, dobrando a população atualmente conhecida.

O novo estudo também descobriu que esses objetos se enquadram em duas populações diferentes: uma delas, que habita o Sistema Solar interno, é de objetos menores, abaixo de algumas dezenas de metros. Já a outra, um pouco mais desalinhada, tem órbitas elípticas que vão tão longe quanto Júpiter e tão perto do Sol como Mercúrio. Chamados cometas escuros externos, eles têm tamanhos de até centenas de metros de diâmetro.

Quando surgiram os cometas escuros?

Ilustração de um cometa escuro. (Fonte: Nicole Smith/Universidade de Michigan/Divulgação)

O primeiro insight sobre a existência de cometas escuros surgiu em um estudo de março de 2016, em que pesquisadores da Universidade de Cambridge perceberam que a trajetória do até então asteroide 2003 RM havia se desviado ligeiramente de sua órbita.  O movimento não se enquadrava no chamado efeito Yarkovsky, que é uma alteração orbital motivada pelo calor emitido pelo asteroide devido ao calor que emite após ser aquecido pelo Sol.

Embora este tipo de perturbação seja bem característico de um cometa, com material volátil lhe dando um empurrãozinho, explica o coautor Davide Famocchia, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, “por mais que tentássemos, não conseguimos encontrar nenhum sinal da cauda de um cometa”.

No ano seguinte, a passagem do Oumuamua (1I/2017 U1), o primeiro objeto interstelar conhecido a passar pelo Sistema Solar, apareceu na forma de um único ponto de luz, como um asteroide. No entanto, sua trajetória mudou como se estivesse liberando material volátil de sua superfície, como um cometa.

Nomeando os cometas escuros

x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Os cometas escuros foram divididos em dois grupos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Em 2023, após a identificação de sete objetos do Sistema Solar que pareciam asteroides, mas agiam como cometas, a comunidade astronômica concedeu finalmente a esses objetos a sua categoria diferenciada de “cometas escuros”.

A descoberta de mais sete na nova pesquisa foi o bastante para “começar a perguntar se havia algo que os diferenciasse”, afirmou o primeiro autor do artigo, Darryl Seligman, da Universidade Estadual do Michigan.

Mesmo divididos em dois grupos pela pesquisa atual, muito pouco se sabe sobre essas rochas esquisitas. Descobrir o que elas são, quantas são e de onde vêm, será assunto obrigatório de futuras pesquisas. “Quanto mais pudermos aprender sobre elas, melhor poderemos entender seu papel na origem do nosso planeta”, conclui Seligman.  

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