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Por que a ética e a reputação caminham juntas

*Por Carolina Cabral é CEO da Nimbi

Em um mundo onde a transparência tornou-se a palavra da moda, agir com base nela no universo corporativo não é apenas uma questão de retórica, mas sim uma necessidade estratégica. Empresas que desejam prosperar em um mercado cada vez mais competitivo e conectado devem reconhecer que confiança e reputação caminham juntas e são ativos valiosos.

Mas afinal, o que é ética corporativa?

Trata-se de diretrizes de conduta que se instruem por meio do compliance, ampliadas principalmente a partir da legislação LGPD, e se firmam inicialmente nos pilares da cultura da empresa (missão, valores, visão). Estes, por sua vez, orientam os princípios relacionados a comportamentos e atitudes moralmente corretas dentro do ambiente de trabalho e também em âmbito legal.

Muitos enxergam a ética empresarial como um conjunto de regras ou políticas internas. Embora esses elementos sejam fundamentais, a verdadeira ética transcende os documentos: ela se reflete nas decisões cotidianas, no respeito aos stakeholders e na capacidade de equilibrar interesses econômicos com responsabilidades sociais e ambientais.

Para exemplificar, cito o manuseio ético de dados, que hoje são reconhecidamente uma questão sensível e prioritária. Na área de tecnologia, um setor no qual informações pessoais são coletadas, analisadas e utilizadas em larga escala, comprometer-se com a privacidade e segurança do usuário vai além de evitar escândalos; é uma forma de demonstrar respeito e cuidado com os clientes.

Dentro deste contexto, a ética deve ser vista como vantagem competitiva, já que as empresas que a colocam no centro de suas operações conquistam algo que não pode ser comprado: lealdade. Cada vez mais, os consumidores estão atentos às práticas corporativas, exigindo transparência em áreas como sustentabilidade, diversidade e governança. Na prática, isso significa que empresas éticas atraem os melhores talentos, formam parcerias duradouras e são vistas como confiáveis em tempos de crise.

Um estudo recente da Harvard Business Review aponta que 78% dos consumidores preferem comprar de marcas alinhadas aos seus valores. Essa é uma estatística que nenhuma liderança pode ignorar.

Há muitos aspectos que precisam ser considerados dentro desta linha de raciocínio. Por exemplo, empresas enfrentam dilemas éticos constantemente. De decisões sobre o impacto da inteligência artificial no emprego à criação de algoritmos que eliminem preconceitos, a ética é a base para inovações responsáveis, sobretudo por conta da perspectiva dos seus clientes.

Além disso, como líderes, somos os principais responsáveis por criar e manter uma cultura ética. Isso significa agir com integridade, inspirar equipes a fazer o mesmo e garantir que nossos valores sejam mais do que palavras em um mural. É um chamado para sermos exemplo e não exceção.

A ética empresarial não é estática; ela evolui com o tempo e as expectativas da sociedade. Empresas que desejam liderar no futuro devem antecipar essas mudanças, abraçar a transparência radical e alinhar seus interesses com o bem-estar coletivo. Vale lembrar que ética empresarial não é apenas sobre “fazer a coisa certa”; é sobre construir pontes duradouras de confiança e inovação, pavimentando o caminho para um mercado mais justo e sustentável.

Em um mundo em constante transformação, não há escolha: ou nos tornamos agentes do progresso ético, ou corremos o risco de sermos deixados para trás.

Manter um compromisso ético é desafiador, especialmente em mercados emergentes ou diante de pressões por resultados imediatos. No entanto, é nesses momentos que a ética se torna um guia fundamental, ajudando a evitar decisões que poderiam prejudicar a reputação da empresa a longo prazo.

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