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Plataformas (in)visíveis – TecMundo

Por Fernando Arditti.

Quando pensamos em tecnologia, é provável que as primeiras imagens que vêm à cabeça são itens que se tornaram parte do cotidiano de uma boa parte da população. Smartphones, notebooks, aplicativos para diversas finalidades, inteligência artificial ou mesmo algo comum como sites e softwares, encabeçariam provavelmente a lista.

No entanto, nos bastidores, existe ainda mais tecnologia que permite que todos estes elementos funcionem e tenham uma ótima experiência de uso.

Um bom exemplo são as APIs, ou interfaces de programação de aplicações, traduzindo a sigla em inglês. São elas que levam os dados de uma ponta a outra de um programa a cada vez que selecionamos uma opção.

As APIs são plataformas low codes que, muitas vezes, são “desconhecidas” por realizar processos nos bastidores.

Usando um cenário comum, as APIs são garçons em um restaurante. O usuário faz um pedido de uma informação específica à API e ela o leva até a cozinha. Quando o prato está pronto, a API serve-o ao cliente, ou neste caso, ao usuário. Este processo acontece em uma questão de milésimos de segundos, com bilhões de comunicações como esta por minuto.

Por atuarem de forma mais discreta, tecnologias como as APIs, a par de outras, como as soluções dedicadas ao gerenciamento de identidade e acesso de clientes, e plataformas low code tendem a ser menos conhecidas pelo grande público, mas o volume que representam no cenário mundial sustenta a relevância que têm para as empresas.

Um levantamento recente do Gartner indica uma expectativa de 8% de aumento global do gasto com TI em 2024, ultrapassando 5 trilhões de dólares. A título de comparação, foram investidos 4,6 trilhões de dólares no setor em 2023. O estudo ainda prevê neste ano altas de 13,9% no gasto com softwares, 10% com sistemas de data centers, e 9,7% com serviços de TI.

No Brasil, vemos um movimento que vai ao encontro das tendências mundiais e que evidencia uma evolução cultural relevante. Um estudo da Grant Thornton colocou o Brasil como o segundo país do mundo com maior intenção de investimentos em TI, com 81% dos entrevistados brasileiros afirmando que aumentarão os recursos destinados à tecnologia. A título de comparação, a média global do levantamento nesse quesito é 66%, enquanto a da região da América Latina fica em 67%.

O grande interesse das organizações em TI, e por consequência, em plataformas que operam nos bastidores é no benefício que trazem tanto para as equipes de desenvolvimento quanto para a estratégia corporativa em si.

Por serem criadas tendo em mente a otimização do trabalho dos desenvolvedores, possuem meios de apoiar os profissionais enquanto eles produzem novas tecnologias, sem que tenham que se preocupar com o estado da plataforma em si.

Ao ter um sistema atualizado automaticamente com as mais recentes regulamentações locais e elementos de segurança, por exemplo, um desenvolvedor passa a ter mais tempo e liberdade para inovar, além de focar no que é mais importante para o negócio. Ao ter fluxos de trabalho mais fluidos, as entregas se tornam mais ágeis, o que impacta diretamente o crescimento da empresa.

A rápida expansão da tecnologia e a grande demanda por novidades em todos os setores, se relacionam diretamente com o surgimento de soluções que lhes sirvam como alicerces. Assim como as engrenagens de um relógio, elas até podem ser invisíveis quando checamos as horas, mas são essenciais para que ele funcione.

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Fernando Arditti é vice-presidente e gerente-geral da WSO2 na América Latina.

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