NFL no Brasil: estádio cheio, campo escorregadio e…
Na estreia da NFL no Brasil e na América Latina, numa Neo Química Arena verde-amarela e ocupada por mais de 47 000 pessoas, ganhou quem errou menos. O mandante Philadelphia Eagles bateu o visitante Green Bay Packers por 34 a 29 de virada, em um jogo marcado mais por falhas do que por acertos. O grande vilão da noite teria sido o gramado, rente ao chão e compacto para facilitar o rolar da redonda bola de futebol e pouco afeito à movimentação intensa de dezenas de jogadores de constituição física avantajada como são aqueles que carregam a bola oval nas mãos. Até a lenda do basquete americano LeBron James, que estava acompanhando a partida, publicou em sua conta no X (proibido por aqui): “Este gramado é uma droga!”.
Não é algo incomum nos jogos que a NFL realiza no exterior desde 2007. Quem explicou foi JJ Watts, jogador de defesa aposentado, em suas redes sociais. “Campos de futebol são feitos para velocidade e agilidade. Corpos pequenos se movimentam sobre a superfície com o menor contato possível”, escreveu o atleta que já atuou pelo Houston Texans e Arizona Cardinals. “Eles não estão devidamente condicionados para ter o tamanho e a força dos jogadores da NFL cortando, empurrando e dirigindo o jogo todo sobre eles. Isso é comum em jogos internacionais.”
O running back Saquon Barkley, dos Eagles, marcou três touchdowns, mas no início protagonizou uma escorregada que fez o estádio inteiro lamentar. Mesmo assim, economizou nas críticas após a partida. “Eu diria que foi diferente do que estamos acostumados”, disse ele ao ser questionado sobre suas impressões. “Os caras que estavam escorregando, incluindo eu nas três primeiras jogadas, e especialmente na primeira, simplesmente não lidei com isso da maneira certa. Saí para o aquecimento e decidi não usar os studs porque me senti confortável o suficiente. É diferente de aquecer e ir a toda velocidade. Depois, coloquei meus studs, e acho que foi bem tranquilo.”
Do lado dos Packers, o safety Xavier McKinney, que também deu suas escorregadelas, manteve o tom e diminuiu a importância do campo para o jogo. “Houve alguns casos em que eu estava escorregando. Foi um pouco escorregadio. Diferente do que obviamente estou acostumado. É só mais uma circunstância”, disse ele após o jogo. “Obviamente, cada campo será diferente. Temos que ser capazes de, não importa a circunstância, ainda fazer nosso trabalho e fazê-lo em alto nível.” O wide receiver Jayden Reed, companheiro de McKinney, resumiu a sensação geral de dentro do campo: “Achei que foi uma experiência muito boa. Muito barulho. Foi mais alto do que eu pensava. Vi muitas camisas diferentes por aí, o que é interessante. Foi uma experiência muito divertida.”