Esporte

John Textor promete “provas mais robustas” ao STJD e pede novo inquérito

O acionista majoritário da SAF do Botafogo, John Textor, pediu para o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) abrir um novo inquérito sobre manipulação de jogos no futebol brasileiro. O bilionário norte-americano prometeu entregar provas “ainda mais robustas e detalhadas” que o material que apresentou ao órgão em dezembro de 2023, em um pedido que acabou rapidamente arquivado.

O empresário também pede que o tribunal desportivo suspenda dois procedimentos administrativos já em curso contra ele – um deles, no qual Textor foi condenado inicialmente a suspensão e multa por falar em “corrupção” depois de considerar ter havido erro de arbitragem na virada por 4 a 3 sofrida pelo Botafogo contra o Palmeiras em novembro do ano passado, tem julgamento marcado para a próxima sexta-feira.

No novo pedido, levado nesta terça à noite ao STJD, Textor disse ter provas contra árbitros e jogadores da Série A e comprometeu-se a compartilhá-las “desde que seja garantida a confidencialidade e o sigilo absolutos das referidas provas e do procedimento, de modo a não prejudicar as investigações já em curso em outras esferas e preservar a segurança, direitos e garantias dos envolvidos”.

“O Sr. Textor possui farta prova documental – incluindo relatórios técnicos (com áudios e vídeos) elaborados por experts internacionais independentes e que prestam serviços, inclusive, para a Union of European Football Associations (UEFA). Além de fornecerem dados e informações confiáveis com amplo amparo tecnológico, esses relatórios, de quase 200 páginas por partida analisada, servem de suporte para comprovar a manipulação de resultados por árbitros e jogadores”, escrevem os advogados do escritório Campos Mello, que representa o dono do Botafogo.

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Dentre as partidas analisadas, o pedido ao STJD cita Botafogo 3 x 4 Palmeiras, pela 31ª rodada do Brasileirão de 2023, e Palmeiras 5 x 0 São Paulo, na 29ª rodada da mesma competição.

“As provas que o Sr. Textor tem em sua posse apontam que árbitros que integravam o time de árbitros ‘Video Assistance Referee’ (‘VAR’) em partidas da Série A do Campeonato Brasileiro omitiram imagens de vídeo decisivas do primeiro árbitro (de campo)”, acrescenta.

Os advogados do empresário afirmam que, depois da apresentação das evidências e de uma investigação da Procuradoria do STJD, ficará comprovado que árbitros e jogadores infringiram os seguintes artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD): 

  • Art. 241: “Dar ou prometer qualquer vantagem a árbitro ou auxiliar de arbitragem para que influa no resultado da partida, prova ou equivalente”
  • Art. 242: “Dar ou prometer vantagem indevida a membro de entidade desportiva, dirigente, técnico, atleta ou qualquer pessoa natural mencionada no art. 1º, § 1º, VI, para que, de qualquer modo, influencie o resultado de partida, prova ou equivalente.”
  • Art. 243: “Atuar, deliberadamente, de modo prejudicial à equipe que defende.”
  • Art. 243-A: “Atuar, de forma contrária à ética desportiva, com o fim de influenciar o resultado de partida, prova ou equivalente.”

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