Regime de Maduro publica foto de Lula em tom de ameaça
A Polícia Nacional Bolivariana da Venezuela, controlada pelo chavismo, publicou uma montagem nesta quinta-feira (31) em suas redes sociais em um claro tom de ameaça ao Brasil.
O rosto do presidente Lula (PT) é retratado em uma imagem borrada, acompanhado da bandeira brasileira ao fundo, com a seguinte mensagem: “nossa pátria [Venezuela] é independente, livre e soberana. Não aceitamos chantagem de ninguém, não somos colônia de ninguém. Estamos destinados a vencer”.
Além disso, a publicação acompanha a frase: “quem mexe com a Venezuela se dá mal”.
Nesta sexta-feira (1º), logo após o Brasil manifestar, por meio do Ministério das Relações Exteriores, “surpresa” e criticar a ação venezuelana, a postagem foi removida das redes sociais.
Os primeiros desentendimentos entre os países tiveram início logo após a fraude eleitoral que deu vitória a Maduro, em julho, apesar da falta de provas, quando o Brasil não reconheceu os resultados.
No entanto, nesta semana, a relação conturbada entre as nações vizinhas sofreu uma escalada depois que o Brasil vetou a entrada da Venezuela nos Brics – bloco de países formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, Etiópia, Irã, Egito e Emirados Árabes) – algo que o ditador de Caracas almejava há muito tempo.
Para que uma nação seja aceita como integrante pleno ou participante do bloco, é necessário que haja consenso entre os membros, o que não aconteceu.
Na quarta-feira, a ditadura da Venezuela convocou o encarregado de negócios do Brasil no país caribenho para manifestar “repúdio” à decisão do governo petista, bem como chamou a Caracas o embaixador venezuelano em Brasília, Manuel Vadell, para consultas.
O regime chavista divulgou uma nota no mesmo dia manifestando o “mais firme repúdio às recorrentes declarações de ingerência e grosseiras de porta-vozes autorizados pelo Governo Brasileiro, em particular os oferecidos pelo Assessor Especial para Relações Exteriores, Celso Amorim”, que, segundo a chancelaria venezuelana, se comporta como um “mensageiro do imperialismo norte-americano”.