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Três mil brasileiros pediram resgate do Líbano após início da ofensiva israelense

Mais de três mil brasileiros já pediram ao governo para serem resgatados do Líbano desde que o exército israelense iniciou uma ofensiva contra o grupo extremista Hezbollah. De acordo com informações confirmadas por fontes à Gazeta do Povo nesta terça (1º), os pedidos foram feitos à embaixada do país em Beirute nas últimas semanas e estão sendo organizados para que a operação de repatriação seja efetivada nos próximos dias.

A operação já foi autorizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na segunda (30) e está sendo planejada com a coordenação do Ministério da Defesa, em reuniões de preparação e logística que envolvem inclusive os próprios governos libanês e israelense.

Segundo informaram fontes à reportagem, o Itamaraty ainda trabalha com a possibilidade de que a maior quantidade possível de brasileiros saia do Líbano por outros meios – em voos comerciais – para ajudar na repatriação daqueles que não têm condições. O aeroporto de Beirute, afirmou, segue aberto e operando normalmente.

Informações preliminares apontam que os pedidos são principalmente de brasileiros que moram na região do Vale do Bekaa e da capital libanesa. A expectativa é de que o primeiro voo de repatriação seja realizado no final de semana.

A decisão pela operação ocorre em razão da escalada do conflito entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah, e deve ser ainda maior do que a realizada em Gaza no ano passado.

No último dia 20 de setembro, o conflito se intensificou após a explosão simultânea de milhares de dispositivos de comunicação de membros do Hezbollah. De acordo com o Ministério da Saúde do Líbano, mais de mil pessoas foram mortas e seis mil ficaram feridas nas últimas duas semanas.

Dois adolescentes brasileiros morreram em meio aos bombardeios israelenses no Líbano: Mirna Raef Nasser, de 16 anos, era natural de Balneário Camboriú (SC), e Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, de Foz do Iguaçu (PR). O Itamaraty estima que 21 mil brasileiros vivem no Líbano.

O governo disse que o plano inicial da Força Aérea Brasileira (FAB) prevê a decolagem do aeroporto de Beirute, que permanece aberto. “A Embaixada no Líbano está tomando as providências necessárias para viabilizar a operação, em contato permanente com a comunidade brasileira e em estreita coordenação com as autoridades locais”, afirmou o Itamaraty.

Na semana passada, o governo brasileiro condenou “nos mais fortes termos” os ataques aéreas lançados de Israel contra o Líbano. Além disso, o Ministério das Relações Exteriores recomendou que os brasileiros deixem a área de conflito.

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