PUD denuncia assédio judicial contra González na Venezuela
Nesta terça-feira (27), a Plataforma Unitária Democrática (PUD), principal coalizão de partidos de oposição ao regime de Nicolás Maduro na Venezuela, usou a rede social X para denunciar publicamente “ao país e ao mundo” o assédio judicial em curso contra o líder opositor Edmundo González Urrútia.
Em seu post, a PUD afirma que a perseguição do chavismo contra González se intensificou após a convocação feita nesta terça pelo Ministério Público da Venezuela, controlado por Caracas, para que ele comparecesse à sede do órgão, onde deveria prestar esclarecimentos sobre o site onde a PUD alocou as atas coletadas durante as eleições de 28 de julho, que comprovam, com base na apuração de 83,5% delas, que González venceu o pleito contra Maduro por ampla margem.
A PUD considera mais essa ação como uma tentativa do regime de justificar a emissão de um mandado de prisão contra González.
“A Plataforma Unitária Democrática da Venezuela denuncia ao país e ao mundo o assédio judicial ao qual está submetido nosso candidato presidencial Edmundo González Urrútia, que venceu de forma esmagadora a última eleição presidencial de 28 de julho. A repetida convocação pelo Ministério Público busca justificar um mandato de execução contra nosso candidato vencedor, com o objetivo de intensificar sua perseguição”, escreveu a PUD no post.
“Expressamos nossa solidariedade e apoio a Edmundo González Urrútia, que está sendo perseguido porque o governo considera um crime o fato de ele ter recebido pelo menos oito milhões de votos pela vontade do povo venezuelano”, acrescentou.
Na sexta-feira (23), o Ministério Público da Venezuela, que é controlado pelo procurador-geral Tarek Saab, aliado de Maduro, disse que González seria intimado para prestar depoimentos em uma investigação em curso por “desacato e desobediência às leis”. Um dia antes disso ocorrer, na quinta-feira (22), o Supremo da Venezuela ratificou a vitória de Maduro, anunciada pelo chavista Conselho Nacional Eleitoral (CNE), mesmo sem o órgão apresentar as atas de votação, como manda a própria legislação. O movimento foi visto como mais um passo do chavismo para apertar o certo contra González e contra María Corina Machado, os principais opositores de Caracas neste momento.