Romulus abusa de efeitos práticos em homenagem à franquia
Em uma abordagem que visa resgatar o espírito dos filmes clássicos de terror e ficção científica, o diretor Fede Alvarez, à frente do novo capítulo da franquia Alien, intitulado Alien: Romulus, optou por uma volta às origens em termos de estilo visual e técnicas de filmagem. Com a bênção de Ridley Scott, criador da franquia, Alvarez decidiu focar na simplicidade e no uso intensivo de efeitos práticos.
“Eu sabia que queria levar este capítulo de volta ao início, não apenas em termos de história, mas em termos de estilo visual”, explica Alvarez. “Eu queria manter as coisas simples e focar em alguns personagens que você pudesse conhecer e amar.”
Para isso, ele priorizou a utilização de técnicas tradicionais que são pouco vistas no cinema moderno, com o objetivo de criar um filme de terror genuíno.
Minha abordagem foi criar um verdadeiro filme de terror com personagens limitados e usar efeitos práticos sempre que pudesse. Eu queria tirar o chapéu para todos os cineastas que vieram antes de mim e homenagear a franquia Alien de várias maneiras.
Fede Alvarez, diretor de Alien: Romulus
O que são efeitos práticos?
- Efeitos práticos são técnicas utilizadas na produção de filmes para criar efeitos visuais no próprio set de filmagem, em vez de serem adicionados digitalmente na pós-produção.
- Eles envolvem o uso de elementos físicos e mecânicos, como maquiagem, próteses, animatrônicos (criaturas ou objetos mecânicos controlados remotamente), miniaturas, explosões reais, cenários construídos, entre outros.
- Esses efeitos são criados manualmente e filmados diretamente com a câmera, o que pode proporcionar um senso maior de realismo.
- Na história do cinema, os efeitos práticos foram amplamente utilizados antes do advento dos efeitos visuais digitais (CGI), e muitos cineastas ainda preferem usá-los por sua autenticidade e impacto visual.
Estratégias de uso do efeito prático em Alien: Romulus
Os cenários do filme foram meticulosamente projetados para proporcionar ao diretor a liberdade criativa necessária. Naaman Marshall, designer de produção do filme, destaca a complexidade dos sets, que foram concebidos em 360 graus. “Podíamos girar 360 graus e filmar o que precisássemos”, explica Marshall. “Fede adorou a ideia de ter tanta liberdade, então o que você vê na tela é o negócio real.”
Para garantir a autenticidade e o realismo, todos os departamentos trabalharam em estreita colaboração.
Tudo o que projetamos, coordenamos com aderência, eletricidade, efeitos especiais e a equipe de efeitos visuais. Isso permitiu que todos os cenários fossem reais: as luzes passam pelas aberturas, a fumaça dos efeitos especiais passa por todas as luminárias, todos os interruptores de botões funcionam e piscam, todos os monitores eram reais e operados ao vivo.
Naaman Marshall, designer de produção de Alien: Romulus
A criação das criaturas icônicas da franquia também seguiu essa linha de respeito ao legado. Alvarez reuniu uma equipe de peso, composta por alguns dos mais renomados designers de efeitos visuais e criaturas da indústria cinematográfica.
Entre eles, Shane Mahan, da Legacy Effects, que supervisionou o design e a criação dos Xenomorfos, e Richard Taylor, da Wētā Workshop, responsável pelo design conceitual das facehuggers. “As criaturas são uma mistura de próteses e animatrônicos controlados por equipes de marionetes, o que permite que o filme pareça fundamentado e corajoso”, explica Alvarez.
Com esse enfoque na utilização de efeitos práticos, Alien: Romulus promete não apenas manter viva a essência da franquia, mas também oferecer aos fãs uma experiência que remete aos primeiros filmes, trazendo de volta o terror palpável e visceral que consagrou Alien como um dos maiores clássicos do cinema de ficção científica.