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Setor privado critica proposta de Kamala contra “preços abusivos”

Representantes da indústria de alimentos dos Estados Unidos e dos varejistas do setor estão criticando uma proposta da candidata democrata à presidência, Kamala Harris, de punir quem praticar “preços abusivos”.

Em um discurso num comício em Raleigh, na Carolina do Norte, no último dia 16, Kamala apresentou propostas para a economia caso seja eleita em novembro, e uma delas é uma proibição federal de “preços abusivos” para alimentos, pelos quais seriam impostas “penalidades severas” às empresas que violarem os limites estabelecidos.

“Sei que a maioria das empresas está criando empregos, contribuindo para nossa economia e jogando segundo as regras”, disse Harris na ocasião. “Mas algumas não estão, e isso não está certo. E precisamos agir quando for o caso.”

A ideia causou reação na indústria alimentícia. “Entendemos por que há esse choque de preços e por que é incômodo”, disse Andy Harig, vice-presidente de Impostos, Comércio, Sustentabilidade e Desenvolvimento de Políticas da Associação da Indústria Alimentícia dos EUA (FMI, na sigla em inglês), ao The Wall Street Journal. “Mas dizer automaticamente que tem que haver algo nefasto [por trás da alta dos preços], acho que para nós é simplificar demais.”

A presidente e CEO da FMI, Leslie G. Sarasin, divulgou uma declaração criticando a proposta democrata.

“É impreciso e irresponsável confundir uma atividade ilegal como a especulação de preços — um termo legal definido no qual ocorrem violações específicas da lei de práticas comerciais — com a inflação, que é uma medida macroeconômica ampla de aumentos nos preços ao consumidor ao longo do tempo”, disse Sarasin.

A Associação Nacional de Varejistas de Alimentos (NGA, na sigla em inglês) também divulgou uma nota refutando a proposta de Kamala.

“A proposta que pede a proibição de aumentos abusivos de preços em supermercados é uma solução em busca de um problema”, disse o presidente e CEO da NGA, Greg Ferrara, no comunicado, no qual afirmou que, ao invés de criar novas leis, o governo federal americano deveria aplicar as que já existem, tomar medidas para reduzir furtos em lojas e rever “regulamentações excessivas e onerosas”.

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