Polícia australiana diz que ataque a igreja em Sydney foi ato terrorista
O ataque de um homem com uma faca na segunda-feira (15) em uma igreja cristã de Sydney, na Austrália, que deixou um bispo e paroquianos feridos, foi um ato de terrorismo, disse nesta terça-feira (16, data local) a comissária de polícia do estado de Nova Gales do Sul, Karen Webb.
“Acreditamos que há elementos que satisfazem [essa
declaração] em termos de [um ato] extremista de motivação religiosa”, disse a
comissária em entrevista coletiva.
Webb acrescentou que o autor do ataque foi “com um certo
grau de premeditação” à igreja assíria Cristo Bom Pastor, no bairro de Wakeley,
a cerca de 30 quilômetros do centro de Sydney.
Ela também esclareceu que o criminoso, que não foi
identificado, não estava em nenhuma lista de observação de terroristas.
“Esse incidente é extremamente preocupante”, disse o
primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, em uma entrevista à emissora
WSFM nesta terça-feira, enfatizando que em seu país “não há lugar para a
violência”, nem “para o extremismo violento”.
O ataque aconteceu por volta das 19h locais (6h de Brasília)
de segunda-feira, enquanto uma cerimônia religiosa estava sendo transmitida ao
vivo por redes sociais.
A transmissão mostrou o autor do ataque se aproximando do
altar onde o bispo se dirigia à paróquia e o esfaqueando repetidamente, mesmo
quando ele estava caído no chão.
Paroquianos correram para ajudar o religioso e conseguiram
deter o terrorista.
O bispo Mar Mari Emmanuel, de 65 anos, tem milhares de seguidores nas redes sociais e se tornou conhecido durante a pandemia de Covid-19 por sermões contra vacinas e a comunidade LGBT. Ele está se recuperando dos ferimentos e não corre risco de morte, assim como os demais feridos, segundo a polícia.
Após o ataque, houve tumulto ao redor da igreja, localizada
em uma comunidade multicultural no oeste de Sydney, entre as autoridades e uma
multidão que exigia que o responsável pelo ato terrorista fosse entregue a ela,
de acordo com imagens de postadas em redes sociais.
O esfaqueamento ocorreu cerca de 48 horas depois de outro ataque com faca na cidade australiana, mas em um shopping center e que teve saldo de sete pessoas – incluindo o agressor – mortas.