Celebrar o Dia do Gamer é, também, celebrar a inclusão
O Dia do Gamer é uma dessas datas que surgiu sem muito barulho ou histórias profundas de luta e quebras de paradigma. Em 2008, um grupo de revistas espanholas de jogos apenas decidiu que no dia 29 de agosto daquele ano elas iriam pautar e destacar a importância dos games para as pessoas como um produto cultural, e não apenas como forma de entretenimento.
Apesar de uma criação quase burocrática, a popularização do Dia do Gamer foi extremamente orgânica e até bem rápida. A data ganhou visibilidade para fora das pequenas bolhas, chegando ao grande público, principalmente, graças aos eSports.
Os torneios de Counter Strike e StarCraft nasceram no início dos anos 2000, mas inicialmente as transmissões ficavam restritas apenas a redes de TV asiáticas, principalmente na China e Coreia do Sul.
Conforme mais jogos com caráter competitivo online e local foram sendo lançados, os eSports foram se provando relativamente democráticos e já em 2004, Bonnie “Xena” Burton, então uma menina de apenas 12 anos, se tornou a primeira mulher atleta profissional do circuito da Major League Gaming (MLG).
Visibilidade promove representatividade
Contudo, o boom do cenário competitivo só veio com a chegada das transmissões ao vivo via Justin.tv — que se tornou a Twitch — a partir de 2007.
Assim como nos esportes convencionais, a maior exposição do público às competições atraiu cada vez mais pessoas a jogar, treinar e competir. Outro ponto que ajudou a acelerar esse processo de popularização foi o lançamento de League of Legends.
League of Legends traz os mais diversos personagens para o usuário escolher
Além do apelo competitivo natural do game, a Riot não mediu esforços para criar personagens que promovessem a representatividade como poucos jogos conseguiram fazer ao longo dos anos.
Entre heróis de todas as etnias, gêneros e identidades, é extremamente fácil para que grupos até então invisibilizados, conseguissem se identificar com um ou mais personagens. Isso só provou ainda mais o peso dos games como produtos culturais, principalmente entre as mulheres.
Do nicho ao pódio
Essa combinação catalisou, até certo ponto, a criação do Dia do Gamer, justamente por trazer milhares de novas jogadoras para esse universo pela porta da frente e em destaque.
Daí por diante, a indústria gamer e o mercado de eSports evoluíram seguindo as lições dos anos anteriores. Nos bastidores, as equipes criativas passaram a ser mais diversas, resultando em games também naturalmente com mais representatividade, como Overwatch e Rainbow Six Siege, ambos lançados com personagens femininas fortes e icônicas.
Como consequência desse longo movimento, a comunidade gamer foi, agora sim, quebrando paradigmas e estereótipos.
Ao se tornar verdadeiramente mais inclusiva e acolhedora, chegamos ao momento atual, no qual mulheres como Nicolle Merhy, mais que expoentes como atletas, impulsionam a evolução do cenário competitivo, inclusive no Brasil.
O apelo competitivo e caráter inclusivo e transformador dos games é tão grande que o Comitê Olímpico Internacional (COI) aprovou a realização da primeira Olimpíada de eSports já para 2025, oficializando a categoria como um esporte olímpico.
Dia do Gamer é uma celebração de inclusão
Por mais que o Dia do Gamer tenha surgido por acaso, hoje ele já pode ser considerado quase tão relevante culturalmente quanto o Dia do Orgulho Geek, por exemplo. Isso porque, graças às tecnologias modernas, os games são mais acessíveis, estando presentes ativamente em nossas vidas, seja em PCs poderosos ou nos smartphones – e todos acabamos nos tornando gamers até certo ponto.
Tanto por isso, ações como o Intel Gamer Days — sim, no plural — são pensadas para todos. Entre os dias 20 e 31 de agosto, a Intel irá realizar uma série de ativações e promoções em parceria com influenciadores e empresas do varejo.
Mais do que celebrar o Dia do Gamer, a ideia é permitir que ainda mais pessoas, independente da idade ou gênero, tenham acesso a uma experiência sob medida para o perfil gamer de cada um, possibilitando que a comunidade continue a crescer de forma inclusiva e, acima de tudo, saudável.