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Antes potência, esporte de Cuba afunda junto com o resto do país

Como muitas ditaduras, Cuba sempre investiu muito em esporte com o objetivo de vender à comunidade internacional a ilusão de que o país havia “dado certo”.

Agora, com Cuba enfrentando a pior crise econômica desde o fim da aliada União Soviética, os recursos para a área diminuíram e a participação do país na Olimpíada está comprometida: apenas 63 atletas cubanos representarão a ilha nos Jogos de Paris, que começam na semana que vem.

É o menor número de esportistas de Cuba numa Olimpíada desde os primeiros Jogos de Tóquio, em 1964, quando 27 atletas cubanos participaram.

Essa diminuição deve ter reflexos nas medalhas conquistadas pelo país. Na segunda Olimpíada de Tóquio, realizada em 2021 e na qual 70 atletas cubanos competiram, Cuba ficou em 14º lugar no quadro de medalhas, com sete medalhas de ouro e um total de 15 conquistadas, contando também as de prata e bronze.

Foi um número respeitável, levando-se em conta o tamanho e a pobreza do país, mas que ficou muito aquém do auge do esporte olímpico cubano.

A participação mais vitoriosa de Cuba nas Olimpíadas foi em Barcelona, em 1992, quando a ilha ficou em quinto lugar no quadro de medalhas, conquistando 14 de ouro (31 ao todo). Para se ter uma ideia, naqueles Jogos, o Brasil foi apenas o 25º colocado, com duas medalhas de ouro (três no total).

No geral, a melhor posição de Cuba numa Olimpíada desde a tomada do poder pelos castristas, em 1959, foi o quarto lugar nos Jogos de Moscou de 1980, quando ficou em quarto lugar no quadro de medalhas (oito de ouro, 20 ao todo), mas naqueles Jogos os competidores dos países comunistas foram beneficiados pelo boicote dos Estados Unidos e de outras nações ao evento.

A Olimpíada com a maior participação de atletas cubanos foi a de Sydney, em 2000, quando 229 esportistas de Cuba competiram na Austrália.

Agora, a perspectiva é de uma participação distante dos grandes momentos do passado. “Não é segredo para ninguém que os problemas econômicos afetam a preparação, mas, com o que temos, estamos avançando, para lutar pelos nossos sonhos e pela medalha de ouro olímpica, que é para isso que nos preparamos hoje”, disse à agência EFE o boxeador cubano Julio César La Cruz, que vai buscar em Paris sua terceira medalha de ouro numa Olimpíada.

Devido às condições de vida difíceis geradas pela ditadura castrista, sempre foi comum atletas de Cuba deixarem o país, mas esse ritmo tem se intensificado devido à crise econômica. Uma análise do site CubaNet apontou que aos menos 106 atletas deixaram o país em 2023.

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