EUA e Alemanha criticam “falsa equivalência” no pedido de prisão de Khan
Os Estados Unidos e a Alemanha expressaram nesta segunda-feira (20) forte oposição ao pedido de prisão de autoridades israelenses feito ao Tribunal Penal Internacional (TPI) pelo procurador Karim Khan.
Khan solicitou ao TPI nesta segunda-feira mandados de prisão contra membros do governo de Israel, como o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o ministro de Defesa do país, Yoav Gallant; e de membros do grupo terrorista Hamas, como Yahya Sinwar, Mohamed Deif e Ismail Haniyeh, por “crimes de guerra e lesa humanidade em Gaza”.
O pedido do procurador, que faz parte do TPI, contra os funcionários do
governo israelense foi classificado pelos EUA como “intolerável” e “vergonhoso”.
O presidente americano Joe Biden enfatizou em comunicado que “não existe
nenhuma comparação possível entre Israel e Hamas” e reiterou o “apoio
incondicional” de seu país a Israel “frente a ameaças à sua segurança”.
Por sua vez, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, também condenou
a “equivalência” feita pelo promotor Khan entre Israel e Hamas, classificando-a
como “vergonhosa”. Blinken destacou a natureza “brutal” do Hamas, classificado pelos
americanos como um grupo terrorista, que foi responsável pelo “pior massacre”
de judeus “desde o Holocausto”.
A Alemanha também criticou, assim como as autoridades americanas, a “falsa
impressão de equivalência” criada pelo pedido simultâneo de prisão tanto dos
líderes do Hamas quanto de Israel.
Segundo informações da Agência France-Presse (AFP), um porta-voz do
Ministério das Relações Exteriores da Alemanha disse nesta segunda-feira que o
governo israelense tem o “direito e o dever de proteger seu povo”.
“O pedido simultâneo de mandados de prisão contra os líderes do Hamas, por
um lado, e contra os dois funcionários israelenses, por outro, deu a falsa
impressão de equivalência”, disse o porta-voz. Ele afirmou que o Hamas
perpetrou um “massacre bárbaro” durante o ataque terrorista contra Israel no
dia 7 de outubro de 2023. Naquele dia, 1,2 mil pessoas morreram vítimas do
grupo terrorista palestino e mais de 200 foram levadas em cativeiro para Gaza.
“O Hamas continua retendo reféns israelenses em condições indescritíveis,
atacando Israel com foguetes e usando a população civil de Gaza como escudos
humanos”, afirmou o porta-voz.
Agora, o TPI terá a difícil tarefa de avaliar “casos muito diferentes”, nas palavras do porta-voz alemão.