Governo argentino chama greve geral da CGT de “ato puramente político”
Na Argentina, uma greve geral de 24 horas convocada pela Confederação Geral
do Trabalho (CGT), ligada ao peronismo, tem paralisado alguns setores do país
nesta quinta-feira (9).
Segundo informações da mídia local, a greve atinge o transporte terrestre,
marítimo e aéreo, bem como instituições educacionais, financeiras e empresas.
A CGT diz que convocou a greve em protesto contra as políticas econômicas do
governo de Javier Milei e acusa a Casa Rosada de “falta de diálogo social” e de
impor um “ajuste brutal” que atinge os setores de baixa renda.
Por sua vez, o governo, por meio do porta-voz Manuel Adorni, desqualificou nesta quinta-feira a greve geral, considerando-a um ato “puramente político” que “prejudica e complica a vida de muitas pessoas”
“É um ato puramente político, que prejudica e complica a
vida de muitas pessoas. É uma greve incompreensível”, disse Adorni.
“Estão traindo, como têm feito quase sem descanso, os
trabalhadores que não poderão colocar comida na mesa, que vivem do dia a dia e que
precisavam ir trabalhar”, acrescentou o porta-voz.
A greve não prevê mobilização nas ruas, apenas conta com o apoio de pessoas
que prestam serviços nas áreas de saúde, do turismo e das estações ferroviárias
de Buenos Aires.
Adorni minimizou os efeitos do ato e disse que este “é
um dia em que vemos as consequências de um modelo sindical antigo. Eles jogam
com o medo das pessoas e dos empresários através da violência”.
“Este governo teve mais greves do que leis até agora. O
sindicalismo, como o conhecemos, não tem muita razão de existir, em termos de
representação dos trabalhadores”, disse o porta-voz.
Adorni também questionou os incidentes relatados pela Ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, de ataques a veículos que não aderiram à greve e apontou para os líderes sindicais: “Eles falam sobre conformidade quando não deixam você se locomover, ir ao trabalho, e jogam com o medo das pessoas por meio da violência”.