Ministra das Finanças de Berlim foi alvo de ataque em biblioteca

A ministra das Finanças de Berlim, a social-democrata Franziska Giffey, foi agredida nesta terça-feira (7) por um desconhecido que a deixou levemente ferida, segundo informou a polícia nesta quarta-feira (8), em um momento em que aumenta na Alemanha a preocupação com ataques a políticos após vários incidentes deste tipo.

A polícia da capital alemã informou em comunicado a detenção do suposto agressor, cuja motivação ainda é desconhecida mas que tem antecedentes “no âmbito dos crimes políticos e da criminalidade relacionada com delitos de ódio”.

O suspeito comparecerá ainda nesta quarta perante o juiz de instrução, enquanto o Ministério Público estuda solicitar sua internação em um centro psiquiátrico, uma vez que há indícios de que pode sofrer algum tipo de “perturbação mental”.

Após a agressão, Giffey, que integra o gabinete do prefeito-governador conservador de Berlm, Kai Wegner, foi ao hospital para ser tratada da dor da concussão e depois saiu sozinha do local.

A própria política explicou na rede social X que o incidente ocorreu durante uma visita a uma biblioteca no bairro de Rudow, enquanto conversava com o diretor da instituição, quando sentiu um “golpe forte” na cabeça.

O agressor utilizou uma bolsa cheia de um material duro, segundo a polícia, e depois fugiu aproveitando a confusão, tendo sido detido apenas nesta quarta-feira.

Giffey, que já foi ministra da Família (2018-2021) e prefeita-governadora de Berlim (2021-2023), declarou-se “chocada” com os ataques “cada vez mais frequentes” a pessoas do meio político.

“Há um limite claro. E é a violência contra pessoas que representam outro ponto de vista, por quaisquer motivos, sob qualquer forma. Estes ataques são injustificáveis”, afirmou Giffey, instando a sociedade a tomar uma posição determinada contra estes ataques.

Na sexta-feira passada, o principal candidato do Partido Social-Democrata (SPD) às eleições europeias no estado federal da Saxônia, Matthias Ecke, ficou gravemente ferido quando foi atacado enquanto pendurava cartazes eleitorais na cidade de Dresden, no leste da Alemanha.

Os suspeitos, que aparentemente minutos antes já tinham atacado outro voluntário do Partido Verde que também fixava cartazes, são, segundo as investigações em curso, adolescentes com ligações com a extrema-direita.

Dois outros políticos verdes relataram ontem que foram empurrados, ameaçados e alvo de cusparadas de dois indivíduos pertencentes a um grupo que realizou uma saudação fascista proibida, também na cidade de Dresden.

Na sequência do ataque contra Ecke, a ministra do Interior alemã, a social-democrata Nancy Faeser, realizou na terça-feira uma reunião extraordinária com os secretários ​​de Interior dos ‘Länder’ para abordar a questão da violência contra os políticos.

Faeser anunciou posteriormente um acordo para promover um endurecimento do Código Penal para punir atos de violência ou assédio contra figuras da vida pública e para acelerar estes processos judiciais, embora para implementar esta iniciativa seja necessário primeiro chegar a um consenso com o ministro da Justiça, Marco Buschmann.

Em declarações à emissora de televisão pública, Faeser afirmou que em 2023 os atos de violência contra cargos eletivos aumentaram 53% em relação ao ano anterior e falou em uma “escalada de violência antidemocrática”. (Com Agência EF