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Governo de Portugal nega “planos de reparação” para ex-colônias do país

O primeiro-ministro português, Luis Montenegro| Foto: EFE/EPA / JOSÉ SENA GOULÃO

Por meio de um comunicado emitido neste sábado (27), o governo de Portugal, liderado pelo primeiro-ministro Luís Montenegro, da coalizão de centro-direita Aliança Democrática (AD), expressou que não tem a intenção de criar um “processo ou programa de ações específicas” voltadas para a reparação das ex-colônias do país.

Tal posição contraria as declarações do presidente de Portugal, Marcelo
Rebelo de Sousa, que tem sido um defensor dessas “formas de compensação”.

No comunicado, o governo Montenegro enfatizou que “seguirá a linha dos
governos anteriores” em relação à cooperação com os Estados anteriormente
colonizados, mas rejeitou qualquer projeto relacionado à reparação.

O comunicado também destaca o compromisso do Executivo com o “aprofundamento
das relações mútuas, respeito pela verdade histórica e cooperação cada vez mais
intensa e estreita, firmado na reconciliação de povos irmãos”.

As declarações do presidente Rebelo de Sousa, que sugeriu novamente neste
sábado que Portugal deveria “liderar o processo de reparação” às ex-colônias
sob risco de “perder a capacidade de diálogo” com elas, foram também criticadas
pelo partido de direita Chega.

Liderado por André Ventura, o Chega ameaçou apresentar uma moção de censura contra o governo Montenegro caso ele decidisse avançar com qualquer projeto de indenização. O partido expressou nas redes sociais seu orgulho pela história de Portugal e afirmou que o que Rebelo disse “é a maior traição à pátria e ao povo português de que há memória. Não esqueceremos”.

“Ao contrário do Presidente da República, nós temos muito orgulho da história de Portugal. Não pedimos desculpa pelos nossos antepassados. Somos Portugueses: o povo que abriu novos mundos ao mundo e temos muito orgulho nisso!”, disse o partido nas redes sociais.

Durante esta semana, o partido também já havia classificado as declarações de Rebelo sobre o tema como uma “vergonha”.

A discussão sobre reparação deve permear o Parlamento português nos próximos dias, já que partidos de esquerda indicam que devem apresentar propostas sobre o tema.

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