Luigi Mangione, o suspeito de assassinar CEO nos EUA
Autoridades dos EUA prenderam nesta segunda-feira (9), no estado da Pensilvânia, o suspeito de assassinar Brian Thompson, CEO da seguradora de saúde UnitedHealthcare, um crime que chocou o país na semana passada.
Identificado como Luigi Mangione, de 26 anos, o suspeito tinha uma arma “compatível com a utilizada no assassinato”, com a “capacidade para disparar uma bala de nove milímetros” e um silenciador, informou a polícia de Nova York em uma entrevista coletiva.
Luigi Mangione foi preso por porte ilegal de arma de fogo, depois da polícia receber uma denúncia de um funcionário de um McDonald’s em Altoona, que viu a “pessoa de interesse” comendo no restaurante.
Segundo informações do jornal The New York Times, o suspeito era um entusiasta da tecnologia com uma formação acadêmica de prestígio.
Mangione foi o orador da turma de uma importante escola preparatória de Baltimore, graduou-se e concluiu um mestrado na Universidade da Pensilvânia e, posteriormente, atuou como conselheiro chefe em um programa pré-universitário na Universidade de Stanford.
Mangione nasceu em uma família influente do setor imobiliário na área de Baltimore, Maryland, que também é proprietária de uma rede de centros de reabilitação para idosos.
Conhecidos da família, que conversaram com o Times, classificaram o detido como uma pessoa muito inteligente, sociável, ambiciosa e dedicada aos estudos na área de Ciência da Computação.
Durante a faculdade, segundo registros de seu programa de formatura de 2020, Mangione se destacou a ponto de se tornar membro da Eta Kappa Nu, uma sociedade exclusiva de honra acadêmica para alunos de engenharia elétrica e de computação que foi fundada em 1904.
Após concluir os estudos, o suspeito de assassinato trabalhou em uma empresa de tecnologia na Califórnia, até 2023, e posteriormente morou por seis meses em Honolulu, no Havaí, em um espaço de “co-living” chamado Surfbreak, que atende trabalhadores remotos.
RJ Martin, o fundador do Surfbreak, em entrevista para o Times, afirmou que Mangione era um jovem talentoso e otimista, mas sofria com problemas dolorosos nas costas.
“Sua coluna estava meio desalinhada”, disse Martin. “Ele [Mangione] disse que suas vértebras inferiores estavam quase 2 centímetros e meio fora da posição correta, e acho que afetou um nervo”.
De acordo com o empresário, outros moradores do espaço coletivo também passaram a perceber os problemas de saúde de Mangione, afirmando que a dor não parecia uma “questão pequena para um jovem que ansiava por um estilo de vida normal”.
Registros em redes sociais apontam que o homem de 26 anos ficou “desaparecido” por seis meses, período que será alvo de investigações da polícia a partir de sua identificação nesta segunda-feira.
Ele também usou perfis pessoais na internet para elogiar o manifesto de Ted Kaczynski (1942-2023), o “Unabomber”, matemático americano que se tornou um dos mais conhecidos serial killers do país após mandar cartas-bomba a seus alvos.
No momento de sua prisão, Mangione portava uma arma que parecia ter sido fabricada em uma impressora 3D e documentos falsos, segundo as autoridades de Nova York.
Além disso, segundo o chefe de detetives do Departamento de Polícia, Joseph Kenny, ele também carregava um manifesto manuscrito de três páginas que mostrava que ele tinha uma “má vontade em relação à América corporativa”.