Tropas russas torturaram prefeito até a morte, diz Ucrânia
O prefeito da cidade de Dniprorudne, na parte ocupada pela Rússia da província ucraniana de Zaporizhzhya, Yevgen Matviyev, morreu no cativeiro russo dois anos e oito meses depois de ter sido capturado pelas tropas do Kremlin, segundo relatou em sua conta no Telegram o governador ucraniano da região, Ivan Fedorov.
O governador explicou que o corpo sem vida de Matviyev – que Fedorov disse ter sido torturado durante seu cativeiro – foi devolvido pelos russos à Ucrânia na última troca entre os dois lados de restos mortais de combatentes caídos em território sob controle inimigo.
De acordo com o Centro Ucraniano para as Liberdades Civis, Matviyev foi detido em 13 de março de 2022, duas semanas após o início da invasão russa em grande escala. Segundo a ONG, o prefeito havia participado de uma corrente humana que tentou deter os tanques russos que entraram em sua cidade.
“Era um verdadeiro patriota, que se preocupava com o destino do seu país e dos seus cidadãos. Sempre trabalhou com o povo e para o povo, ouviu e ajudou todos que precisavam”, escreveu Fedorov, que antes da Rússia ocupar sua cidade era prefeito de Melitopol, também na região de Zaporizhzhya.
O atual governador regional lembrou que Matviyev permaneceu em Dniprorudne quando a cidade, que antes da guerra tinha cerca de 17 mil habitantes, caiu nas mãos dos russos. Fedorov confirmou que o prefeito foi detido logo após a ocupação do município, durante os primeiros dias da invasão militar russa.
O Exército de Moscou e os serviços secretos detiveram numerosos cidadãos ucranianos nos territórios que ocuparam no leste e no sul da Ucrânia. Muitos dos detidos são políticos e ativistas leais ao governo de Kiev.
Esta não é a primeira morte de civis nas prisões russas durante esta guerra. Em outubro deste ano, Kiev relatou a morte, no cativeiro russo, da jornalista ucraniana Victoria Roshchina, de 27 anos, que foi detida pelas forças russas em 2023 enquanto fazia reportagens no território ucraniano ocupado pela Rússia.