Mundo

Parlamento da Coreia do Sul tem tumulto por lei marcial

O clima é tenso na noite de terça (3) para quarta-feira (4, horário local) na Coreia do Sul, após a Assembleia Nacional do país ter votado pela revogação da lei marcial decretada pelo presidente Yoon Suk-yeol, em uma sessão plenária extraordinária convocada logo depois do mandatário ter anunciado a medida.

Segundo informações do jornal Korea Times, militares, provavelmente já cumprindo medidas da lei marcial, tentaram entrar no prédio principal da Assembleia Nacional para impedir que os parlamentares chegassem ao salão principal.

Ainda de acordo com o jornal, alguns soldados quebraram janelas para entrar, e os assessores e funcionários dos parlamentares formaram barricadas para impedi-los, o que levou a confrontos físicos.

A revogação da lei marcial foi aprovada por unanimidade, com os votos de todos os 190 parlamentares presentes.

Lee Jae-myung, líder do principal partido de oposição, o Partido Democrático da Coreia (DPK, na sigla em inglês), disse que os parlamentares da legenda permaneceriam na Assembleia Nacional até que o presidente anuncie formalmente a revogação da lei marcial.

“Protegeremos as vidas e a segurança das pessoas até o fim”, disse Lee em um post no Facebook.

Segundo o The Wall Street Journal (WSJ), militares da Coreia do Sul informaram que manteriam a ordem marcial até que o presidente ordenasse a interrupção.

O presidente da Assembleia Nacional, Woo Won-shik, do DPK, disse que, pela Constituição da Coreia do Sul, a presidência deve revogar a lei marcial após ela ter sido derrubada no Parlamento.

O presidente sul-coreano declarou a lei marcial sob o argumento de proteger a “ordem constitucional” de atividades “antiestatais”, das quais ele acusou o DPK, o qual classificou como “forças pró-Coreia do Norte” em uma declaração televisionada.

O anúncio surpreendente foi feito depois que o DPK, que tem maioria na Assembleia Nacional, aprovou, sem o apoio do Partido do Poder Popular (PPP), partido governista de Yoon, um orçamento geral para 2025 com vários cortes, bem como moções para destituir o procurador-geral e o chefe do Conselho de Auditoria e Inspeção, encarregado de monitorar as contas dos órgãos públicos.

O líder do PPP na Assembleia Nacional, Han Dong-hoon, defendeu a revogação da lei marcial após a votação no Parlamento e disse que a ação das forças de segurança no Legislativo é “ilegal”.

“Como chefe do partido no poder, lamento profundamente que este incidente tenha ocorrido”, afirmou. (Com Agência EFE)

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo