Trump indica crítico da censura para chefiar telecomunicações
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, escolheu um dos conselheiros da Comissão Federal de Comunicação (FCC), o republicano Brendan Carr, para liderar a agência – que tem um papel semelhante ao da Anatel no Brasil – a partir de janeiro.
Carr foi responsável por abrir uma investigação contra big techs, na semana passada, acusando-as de formar um “cartel da censura” durante o governo de Joe Biden. As empresas acionadas incluem Facebook, Google, Apple e Microsoft.
A medida, assinada pelo conselheiro da FCC, exigiu dessas empresas de comunicação informações relacionadas ao uso de monitores de “desinformação” durante o governo democrata.
No documento, Carr afirmou que os cidadãos americanos viveram, nos últimos anos, “um aumento sem precedentes na censura”. O conselheiro republicano afirmou que as big techs desempenharam “papéis significativos nessa conduta imprópria de silenciar os cidadãos do país” por simplesmente “exercerem seus direitos previstos pela 1ª Emenda”.
“Você participaram de um cartel de censura que incluía não apenas empresas de tecnologia e redes sociais, mas também organizações de publicidade, marketing e os chamados “verificadores de fatos”, diz um trecho da carta enviada às empresas.
Trump classificou o conselheiro republicano neste domingo como “um guerreiro pela liberdade de expressão” que “lutou contra a guerra jurídica regulatória que sufocou as liberdades dos americanos e atrasou nossa economia”.
No anúncio, o presidente reeleito dos EUA destacou que “ele [Carr] acabará com o ataque regulatório que tem paralisado os criadores de emprego e inovadores da América”.
Em agosto, o escolhido de Trump para chefiar a FCC criticou a censura do ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil (STF) Alexandre de Moraes à rede social X.
“O texto de sua decisão de 51 páginas é muito mais preocupante e abrangente do que as manchetes sugerem. As próprias palavras de Moraes deixam claro que ele está tentando dar um golpe mais amplo contra a liberdade de expressão e a favor de controles autoritários”, escreveu Carr na plataforma de propriedade do empresário Elon Musk.