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Petro será investigado por financiamento ilegal de campanha

A Comissão de Acusação da Câmara dos Deputados da Colômbia deu início a uma investigação preliminar contra o presidente Gustavo Petro por suspeita de financiamento ilegal em sua campanha de 2022. A denúncia aponta que Petro teria recebido contribuições da empresa Daily Cop, especializada em criptomoedas e envolvida em um esquema de fraude financeira. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (14) pela própria Comissão, que é a única entidade autorizada a investigar o chefe do Executivo colombiano.

A decisão de abrir o processo foi motivada por uma denúncia formal apresentada pelo vereador de Bogotá, Daniel Briceño, conhecido opositor de Petro e responsável por divulgar diversas denúncias contra o presidente. Como parte da investigação, Briceño e representantes do Corpo Técnico de Investigação (CTI) da Procuradoria-Geral da Colômbia foram convocados para uma audiência virtual no dia 19 de novembro, onde será solicitado que ratifiquem as acusações.

A Comissão pretende apurar se a campanha presidencial de 2022 de Petro teria sido financiada com dinheiro de origem ilícita vindo da Daily Cop. O caso está nas mãos dos congressistas Wadith Manzur, do Partido Conservador Colombiano, Leonardo Gallego, do Partido Liberal, e Alirio Uribe, do Polo Democrático Alternativo.

Segundo informações da Agência EFE, em abril deste ano, o advogado Víctor Eduardo Muñoz, que representa o empresário Ómar Hernández Doux-Ruisseau — uma das figuras centrais ligadas à empresa de criptomoedas Daily Cop — afirmou em entrevista à Caracol Radio que seu cliente “tem conhecimento e pode confirmar que houve entrada de dinheiro proveniente de captações ilícitas diretamente para a campanha do presidente Gustavo Petro”. Segundo o advogado, esses recursos teriam sido convertidos em ativos, especificamente com a aquisição de um avião King Air, supostamente financiado com fundos da empresa de criptomoedas.

Daily Cop foi promovida nos últimos anos como uma oportunidade de investimento em moedas virtuais, prometendo rendimentos diários de 0,5% e 12% ao mês em pesos colombianos. O esquema acabou se revelando fraudulento, levando à perda de investimentos de mais de 100 mil pessoas. Em outubro de 2023, Hernández e cinco outros envolvidos foram presos sob acusações de lavagem de dinheiro, conspiração criminosa, captação massiva de recursos e enriquecimento ilícito. Todos os acusados negaram as acusações.

Este não é o primeiro processo relacionado ao financiamento da campanha de Petro. Em outubro, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Colômbia também abriu uma investigação sobre possíveis irregularidades financeiras. A entidade questiona se Petro e sua equipe de campanha ultrapassaram os limites de gastos permitidos e se recorreram a fontes de financiamento não declaradas e proibidas.

Agora, com a abertura do processo pela Comissão de Acusação, o futuro do presidente colombiano pode se complicar novamente, especialmente diante de uma crescente pressão de opositores que questionam a integridade de sua campanha e sua conexão com empresas suspeitas de operações fraudulentas.

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